12 de maio de 2015

Em entrevista exclusiva ao blog, SBT FÃ, o jornalista James Akel solta o verbo e explica o seu afastamento da TV

O jornalista, produtor, comentarista político e escritor brasileiro, James Akel, começou cedo na vida pública já que aos 4 anos de idade participou durante  6 meses do programa “Tamanho não é documento” onde respondia  perguntas sobre línguas, história, geografia e outros assuntos.

Aos 6 anos quando teve contrato de trabalho regular registrado com a TV Paulista, Akel, tornou-se o mais jovem apresentador infantil masculino da televisão.

Já na vida adulta, por muitos anos foi comentarista político do programa “Gente que fala”, na Rádio Trianon São Paulo, e realizou a apresentação, produção e direção do programa "Show das Dez" na alltv. Na TV seu último trabalho foi na reedição do programa "Aqui Agora" do SBT em março de 2008, onde atuou como comentarista.


Longe da TV desde então Akel mantém na internet um blog dedicado a TV e política onde comenta os diversos assuntos relativos aos dois segmentos. Em entrevista exclusiva ao blog, “SBT FÔ, James Akel solta o verbo e explica o motivo que lhe impede de voltar para as telinha; Confira:

SF - Crise financeira ou crise de criatividade o que mais tem afetado as emissoras de TV na atualidade?

JA - As crises sempre são de criatividade. Você tem a emissora de tv aberta e o que precisa é saber criar emoção e entretenimento. O grande exemplo é o sucesso das novelas antigas que o SBT passa toda tarde, com apenas 3 cenários simples e bastante emoção.

Os artistas nem são grande coisa mas sabem fazer arroz com feijão temperado. Qualquer artista nosso do grupo antigo é bem superior. Mas as novelas do SBT são feitas com emoção e por isto a dona de casa gosta. Veja o caso de Chiquititas que não custa nem 200 mil o capítulo contra 800 mil da TV Record e as duas dão o mesmo ibope.

SF - Neste ano de 2015 muito se falou a respeito da regulamentação da mídia, em sua opinião se o governo conseguir regulamentar a mídia, ou melhor, censurar a mídia o próximo passo será regulamentar a internet?

JA - Se o governo castrar a mídia será a instituição do comunismo no Brasil.
Se acontecer isto espero que as Forças Armadas defendam o povo e acabem com isto e deportem todos os comunistas.

SF - Competência ou influência qual desses dois adjetivos, digamos assim, mais contribuem para se conseguir um bom cargo nas emissoras de TV?

JA - Não existe nos dias atuais cargos ocupados por pessoas apenas pela competência.
Se não tiver bom padrinho pode esquecer que não trabalha em tv. Isto é desde o começo em 1950.

SF - Devido aos diversos escândalos de corrupção em nosso país, muitos têm defendido a volta do regime militar. Em sua opinião o Brasil merece voltar há uma época de opressão e repressão por conta de uma má gestão de um partido corrupto?

JA - Eu fiz TV durante o Regime Militar e fiz teatro também e editava uma revista. A censura atual velada ou a censura atual do politicamente correto é bem pior que a antiga. E isto podem pesquisar na web e vão ver o Antonio Fagundes falar a mesma coisa.

Na época do Regime Militar a gente tinha segurança, podia ir no teatro e voltar tarde pra casa, podia passar a noite de fim de semana em bares e tudo bem. Comparando as duas épocas eu preferia a do Regime Militar. Até os teatros naquela época estavam cheios e hoje vazios.

SF - Durante muito tempo ouvi dizer que o jornalismo do SBT era livre para se expressar e comunicar fatos que em outras emissoras eram censurados, mas depois da vinda de Rachel Sheherazade vimos que a emissora de Silvio Santos também tem suas limitações. O que tem tirado a total liberdade de expressão do canal?

JA - Por ser este um blog da linha do SBT eu prefiro não comentar o que impede o SBT de ter um jornalismo livre na política. Eu teria que falar sobre assuntos que prefiro não citar neste blog. Eu digo que tirando o programa do Cabrini e uma ou outra reportagem de investigação feita pelo Fabio Diamante, o restante infelizmente é jornalismo sem tempero.

Só continua a existir porque o Silvio contratou pessoalmente todos os apresentadores e gosta de todos eles e pra não mandar embora mantém o jornalismo do jeito que está. Não vamos esquecer que o Silvio ganhou a concessão do SBT das mãos do General Figueiredo. Às vezes parece que o Silvio se esquece disto.

SF - Sempre que leio seu blog vejo em suas publicações liberdade, imparcialidade e ética. E é por esse motivo que lhe pergunto se no Brasil, hoje, existe alguma emissora que em seu jornalismo trabalhe com essas três características fundamentais?

JA - Algumas emissoras podem não ter a liberdade que desejariam, mas todas elas tem se mantido com o máximo de imparcialidade. Eu posso não concordar com o formato de jornalismo de algumas mas não tenho visto perseguição nas reportagens e menos ainda falta de ética. As redes abertas não podem ter um jornalismo pesado de perfil político em seu conteúdo porque uma rede de TV aberta é a coisa mais poderosa que o país tem.

Então desde o caso da Escola de Base as emissoras botaram o pé no freio quando aparece algo que pareça ser algo e no fundo pode nem ser. Felizmente a Escola de Base foi um limite de lição que todos aprenderam. Hoje antes de grandes acusações as emissoras pensam bem

SF - Alguma vez você já recebeu ligação de algum dono de emissora insatisfeito com alguma publicação sua?

JA - Jamais nenhum dono de emissora me ligou pra nada.

Houve uma vez um caso de três diretores do SBT que falaram muito mal de mim no tweeter porque eu fiz um post contando como era a reunião entre eles e a Daniela Beyrute.

Eles me entenderam mal e fizeram o que achavam que deveriam fazer. Em 2011 a Daniela Beyrute me chamou pra conversar. Ela queria saber porque eu criticava tanto o SBT. Fui muito bem recebido por ela e durante um bom tempo eu expliquei cada crítica que eu fazia. Foi uma conversa bastante boa.Numa certa altura ela me perguntou se eu aceitaria ter esta conversa com o comitê artístico dela e eu disse que não me interessava.

SF - Seu último trabalho na TV foi no SBT onde você participou como comentarista na reedição do programa "Aqui Agora" em março de 2008. O que tem mantido você afastado das telinhas?

JA - Eu tive uma participação posterior num programa matutino da RedeTV. Na época a diretora artística da RedeTV me chamou e disse que me dava 30 minutos do programa pra eu fazer o que eu desejasse. O programa da manhã dava 0,6 e criei um quadro que dava 1,9.

Passou um mês e eu falei que não iria fazer de graça porque a apresentadora do programa que dava 0,6 ganhava mais de 100 mil reais e eu queria receber pra fazer meu quadro. Ela falou que não tinha dinheiro pra me pagar e deixei de fazer o quadro.

Tenho as portas fechadas no SBT, TV Record e RedeTV. A TV Band não existe artisticamente enquanto Diego Guebel existir ali. Então não existe chance de nenhum projeto meu estar mais em tv.

Sei que tenho inimigos na área artística do SBT, na párea de jornalismo do SBT, na área artística da TV Record e em toda RedeTV. Não tenho nenhum espaço pra voltar a fazer tv. Já fui o mais jovem apresentador de tv do mundo com contrato assinado. Já fui líder de ibope por 4 anos protagonizando seriado infantil com prêmios.

Fui pioneiro em webtv. Fui o primeiro a fazer transmissão com skype no Brasil pra webtv quando nem tv aberta fazia. Sei que não tenho mais espaço nos dias atuais mas não preciso de tv pra viver nem pra ganhar dinheiro. Acho graça de diretores que fazem tanta merda quando é tão simples fazer tv aberta. Mas isto é pra quem sabe e não pra quem quer.

SF - Quais são os seus projetos para este ano de 2015?

JA - A vida é o que acontece com a gente enquanto fazemos planos.

SF - Akel para finalizar gostaria de lhe pedir para participar de um bate e volta:

Família...Base de tudo

Dinheiro...Jogo

Ética...Caráter

Política...Eternamente suja

TV...O maior invento de entretenimento da história humana

Deus...Meu pai

Acesse o blog de James Akel: http://jamesakel.zip.net/

Redação SBT FÃ

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