23 de julho de 2013

TV brasileira vive momento de rever custos e conter gastos

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Contenção de gastos e revisão de custos são os termos mais utilizados nos últimos meses nas salas dos responsáveis pelos veículos de comunicação, principalmente pelas emissoras de TV. Globo, SBT, Record, Rede TV e Band seguem caminhos distintos, mas onde o destino final é o equilíbrio das contas. Cada empresa ajustou o possível. Algumas concentraram os olhos na folha de pagamento, outras nos exageros de produção, algumas cortaram o que não atraia audiência e há também aquelas que fizeram um mix de tudo.

2013 está somente na metade, mas não deve terminar como o melhor ano dos últimos tempos, afinal parece que as verbas publicitárias diminuíram e estão mais concentradas nos produtos da Globo, que lideram o ranking de audiência. Mais cautelosos, os anunciantes buscam o certo, as grades mais fixas e evitam o que pode prejudicar suas imagens. Mesmo como ponto de concentração da publicidade, a Globo tem buscado formas para administrar melhor suas produções, evitando viagens e hospedagens desnecessárias e custos extras nas gravações. E como a Record pisou no freio, a Globo já não vê mais sentido em pagar fortunas só para manter alguém longe da concorrente. A ordem é oferecer salários reais e cobrar participação. Nada de ficar em casa.

A Record enfrenta o momento da transição e lá não se descarta a possibilidade de novos cortes e ajustes financeiros. As produções foram orientadas a evitar horas extras e, para que isso ocorra, precisam trabalhar com um melhor planejamento. Aliás, esta é a grande descoberta não somente na Barra Funda, mas em todas as emissoras de TV: planejar evita gastos desnecessários. Aliado a isso, na Record já foi a época de torrar dinheiro só para tentar alcançar a liderança, um sonho que parece distante neste momento. A Band entra agora no momento mais intenso dos ajustes e também não descarta a possibilidade de demissões. Programas caros que não davam audiência e faturamento já foram cancelados, custos foram revistos e lá no Morumbi já está provado que vale muito mais um desenho à tarde com 3 pontos de audiência do que um programa caro que sofria para alcançar os 2 de média.

A Rede TV! parece ser um caso à parte, já que a crise bate à sua porta há muito tempo e a imagem desgastada afasta profissionais. Ninguém quer correr o risco de ficar sem salário ou participar de algo com duvidoso. A emissora realiza seus cortes e ajustes, mas ainda não dá sinais de que encontrou um caminho seguro. A indefinição de um novo superintendente artístico só agrava este cenário. O SBT já fez seus ajustes e tem tentado trabalhar num esquema de pé no chão, com mais pesquisa, testes e paciência, mas ainda não encontrou o ponto certo para ultrapassar a Record e reconquistar de forma tranqüila e constante a vice-liderança.

A única certeza que se tem é que 2013 será um ano diferente para a comunicação brasileira, onde a criatividade será mais exigida e o profissionalismo terá que prevalecer, caso contrário o prejuízo será maior do que se imagina, apesar dos ajustes.

Fonte José armando Vannucci

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