28 de novembro de 2011

Saiba como são os bastidores da seleção dos quadros do SBT

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Enquanto o cenário do Programa Silvio Santos é montado, dá para ouvir o ruído de bolinhas de gude quicando numa mesa de madeira na sala anexada ao estúdio 3 do CDT, a sede do SBT, em Osasco. É quinta-feira, dia 23, 10h30, e seis pessoas estão treinando para as provas do “Nada Além de 1 Minuto”, quadro da atração que premia com até R$ 1 milhão os participantes que superam testes de agilidade, perícia e sorte. A cada prova sorteada na roleta e cumprida no palco, o candidato vai acumulando dinheiro.  Caso não cumpra, perde a quantia  acumulada e sai só com R$ 300. Toda semana, um grupo  de pré-selecionados é chamado para ensaiar no SBT.

“Dá para treinar em casa, mas aqui eles têm contato com  o material usado no palco”, explica o produtor Paulo Val, que acompanhou a reportagem na visita aos bastidores da atração.

Comprado em 2009, “Nada Além...” é  baseado num formato criado pela NBC, “Minute to Win It” (em livre tradução, “um minuto para vencer”). Silvio é fã de jogos do tipo. Em suas temporadas em Miami, tem o hábito de zapear em busca de novidades na TV.

Mas o “patrão” não testa as provas. Não sabe sequer as regras de cor. “Só vê no palco”, conta a produtora Mariana Cabral, que registrava um teste da candidata Vanessa Reis, de 30 anos. Todos os pré-selecionados recebem uma espécie de planilha com os nomes das 30 provas atuais (existe um “banco” com mais de 115 provas, a maioria delas inspirada na versão americana) e um espaço ao lado para preencher o tempo  em que as realizam. Chegam a repeti-las inúmeras vezes, por cerca de 8 horas.

Vanessa está há quase dois meses esperando por sua vez de ir ao palco. Quer ganhar R$ 1 milhão. “Tenho coragem de ir até o final”, desafia ela, que conta se dedicar quase que integralmente aos ensaios. Disponibilidade, aliás, é um dos critérios de seleção. “O processo pode levar até três meses desde a entrevista”, avisa Val, que calcula mais de 10 mil inscritos. Até hoje, cerca de 150 pessoas já participaram. 

Bola fora /Depois de assistir aos candidatos em ação, fui desafiada a  fazer as provas. Comecei com a “Lançar Bolas”, que consiste em equilibrar bolinhas de plástico em um barbante até três cestos no chão. Parecia fácil na TV, mas na hora... mal consegui fazer as esferas rolarem.

Depois, foi a vez da “Derrubar Raquetes”, aquela em que o candidato quica bolinhas de ping pong em direção a 10 acessórios enfileirados. Consegui cumpri-la, mas fora do limite dos 60 segundos.

Os fracassos se sucederam, um após o outro. “Lápis no Copo”, “Catapulta de Colher”, “Torre Flutuante”, “Cesta no Escuro”, “Ponte de Cartas”, “Bolinha na Régua”, “Pegar Lápis”... Nada. Quando chegou na “Titanic” – a que provocava o ruído de bolinhas de gude lá do começo da matéria –, já estava exausta. Até na “Ponte de Cartas”, considerada a mais fácil das 30 atuais, falhei . Quando já não tinha mais esperanças, lancei – e cravei – as duas cartas de baralho na melancia na prova  “Carta Ninja”. Se fosse no “pra valer’, pelo menos R$ 5 mil eu embolsaria... Nada mal.

É no palco, no entanto, que muita gente se estrepa. “Culpa” de Silvio. “Às vezes, ficam nervosos com ele. Outros acabam perdendo por excesso de confiança. E o Silvio sacaneia mesmo”, diverte-se Val. A contar pelo meu desempenho pífio, motivos ele teria de sobra.

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