"A primeira novela a gente nunca esquece". Foi o que os veteranos me disseram quando cheguei no SBT. E eles têm toda razão.
Amor e Revolução se torna um marco em minha vida! Tanto como atriz, quanto como ser humano. As pessoas me perguntam constantemente: "Você não ficou com medo interpretar uma lésbica?" Fiquei com medo de não ser verdadeira; de não emocionar; de não acreditarem naquela personagem; de não fazer um trabalho honesto e verdadeiro. Me assustou construir uma personagem dentro de uma época que não conheci. Estudei muito! Li livros, assisti a filmes, conversei e ouvi muitas pessoas que viveram a ditadura, ouvi muita música enquanto lia meus textos: Chico, Caetano, Elis, Gil, Belchior, Vandré e tantos outros... Decidi que Marta seria forte, densa, intensa, estrategista e manipuladora. Apaguei completamente o fato de ela ser apaixonada por uma mulher. Marta é apaixonada por uma pessoa sensível, delicada, sonhadora, batalhadora e apaixonada pela vida - Bete. É uma mulher. Sim! E daí? O que mais me encantou na Marta foi isso. Ela é apaixonada pela essência, não pelo rótulo. Rótulos me irritam - e à Marta também! Construir um ser, uma personagem, vai muito além do rótulo. Trabalhar com sentimentos vai muito além de tudo isso e Marta me permitiu evoluir! Obrigada à todos que participam dessa jornada comigo.