O clima era festivo no estúdio 1 da emissora de Silvio Santos, em Osasco, na Grande São Paulo. Logo na entrada, uma coroa de balões coloridos já indicava um aspecto lúdico. Logo mais, a imprensa deu de cara com três cenários pertencentes a duas personagens do folhetim: o quarto da extrovertida blogueira Juju Almeida, vivida pela antenada Maisa Silva, que também iniciou sua carreira ainda criança.
“Costumo dar conselhos ao elenco infantil”, revela a adolescente. E dois ambientes que retratavam o local de dormir e o cantinho das bonecas da protagonista Dulce Maria, interpretada pela pequena Lorena Queiroz. “Na escola meus amigos e professores pedem foto comigo”, brinca a nova estrela mirim.
O folhetim que substituirá “Cúmplices de um Resgate” foi exibido originalmente no México no ano de 2000, chegando ao Brasil pelo SBT no ano seguinte, onde fez imenso sucesso. Agora quinze anos depois, ganha adaptação nacional feita por Leonor Corrêa, que não esconde a satisfação de escrever sua primeira novela.
“Apesar de já ter feito parte da dramaturgia do SBT com o Nilton Travesso, sempre sonhei com esse momento. Respeitamos a ideia original, porém, ao mesmo tempo, tivemos a liberdade para adaptá-la. Criamos o núcleo sertanejo, entre outros personagens ao longo da montagem. O público pode esperar emoção, bom humor, romance e abordaremos temas de reflexão como o racismo, neura do uso de celular em tempo integral”, resume a autora.
A história se passa na fictícia cidade de Doce Horizonte, que terá uma delegacia, o comércio e a praça que contará com as delícias do foodtruck de Vitor (Thiago Mendonça). Seus deliciosos crepes cairão no gosto popular dos moradores e, na coletiva de imprensa, os presentes puderem experimentar diversos sabores da especialidade do chef: camarão, palmito, presunto e queijo, quatro queijos, frango com requeijão, calabresa com queijo, tomate e manjericão, saladas e dois tipos de molhos.
Ao perder a esposa Tereza (Lucero), o empresário Gustavo Lários (Carlo Porto) entra em uma profunda depressão, parte para Europa, deixando sua única filha Dulce Maria (Lorena Queiroz) no internato das freiras, aos cuidados dos dois irmãos: Tia Perucas (Priscila Sol) e Padre Gabriel. Por conta do ritmo frenético das gravações, Carlo conta que se viu obrigado a pausar seus estudos na Escola de Arte Dramática da USP (EAD). “Minha formação vem do teatro, televisão é uma indústria que estou começando a conhecer”, destaca.
Muito assediada pelos jornalistas, a atriz e cantora mexicana Lucero mostrou total intimidade com a língua portuguesa, contagiando a todos com sua simpatia, alegria e bom humor, não parando de brincar com as crianças. “É um desafio, um sonho que se torna real. Eu queria fazer algo no Brasil! Fui recebida com amor por minha nova família”, enfatizou ela, que já é bem conhecida do público brasileiro por conta de seus trabalhos que são exibidos aqui.
A atriz Bia Arantes, que vive a mocinha, a noviça Cecília, diz que um dos desafios da construção de sua personagem foi o mergulho no universo religioso. Morando há pouco tempo em São Paulo, fala que está conhecendo a cidade aos poucos. “Ela se dá muito bem com a Dulce Maria, faz de tudo para protegê-la. É firme quando precisa ser, descobrirá a paixão e daí virá os dilemas”, conta.
Com supervisão geral de Iris Abravanel, “Carinha de Anjo” segue com previsão de 280 capítulos, sendo que as gravações foram iniciadas em maio deste ano. “Minha participação está sendo mínima. Nossa responsabilidade maior é com os pequenos e suas famílias. Temos reuniões com os pais, oferecemos Fono, Psicologia, acompanhamos de perto, pois aqui é a continuidade da escola”, diz a esposa de Silvio Santos.
Já o diretor Ricardo Mantoanelli fala da responsabilidade de seguir o bastão após vários produtos de sucesso. “Estamos muito seguros, seguir trilhando esse caminho é uma responsabilidade. Não prometemos audiência, que é algo subjetivo, depende de vários fatores. Prometemos e queremos tocar o coração das famílias brasileiras".
“Carinha de Anjo” estreia no dia 21 de novembro, às 20h30, no SBT.