A continuação, no ano seguinte, foi pavorosa –no pior sentido. "Bruxa de Blair - O Livro das Sombras" não tinha o mesmo frescor do original, apenas os mesmos defeitos: atuações amadoras, roteiro frouxo, poucos sustos, a repetição cansativa das imagens tremidas das câmeras dos ameaçados pela bruxa.
Agora, 16 anos depois, o nome do novo filme é simplesmente "Bruxa de Blair", sem mais complementos, o que deixava dúvidas: trata-se de uma continuação ou é a refilmagem do primeiro?
O longa mistura um pouco dos dois, e, mais uma vez, a promessa de um bom filme de terror não se concretiza.
A versão 2016 comete um pecado mortal para um filme do gênero: não dá um mísero susto no espectador.
Na história, o irmão caçula de uma estudante desaparecida há anos na tal floresta resolve entrar no lugar com a namorada e um casal de amigos, em busca de respostas para o sumiço da garota.
No início da jornada, eles se unem a um casal que mora na cidade, que passam a servir de guia no meio do mato. Não demora muito para que as coisas fiquem complicadas para a turma.
Ameaças misteriosas vão separar os amigos e jogar cada um deles numa luta para sobreviver. Bem, não dá para saber que coisa está realmente à espreita, e a trama vai até o final se equilibrando na dúvida: a bruxa existe?
Resumindo o enredo, até que não parece tão ruim. Mas filme de terror sem sustos acaba insuportável. As situações de perigo são previsíveis e ainda piores com a atuação sofrível do jovem elenco.
Como único momento memorável, há uma sequência bem angustiante, quando uma das garotas tenta escapar daquilo que a persegue –a bruxa?– entrando em um túnel estreito. Pena que em nenhuma outra cena consiga resultado semelhante. E a sequência final é a menos empolgante possível, de deixar a plateia com raiva.
"Bruxa de Blair" não é apenas um filme ruim. É perfeitamente dispensável.
Fonte Folha