"Certamente eles não falaram sobre futebol. Com certeza trataram de assuntos que dizem respeito à governabilidade", afirmou a presidente afastada a respeito da reunião realizada entre Temer e Cunha no domingo (26).
Dilma disse acreditar que, se Cunha fosse afastado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) antes da votação da Câmara sobre a admissibilidade do processo de afastamento -- no dia 17 de abril --, a admissibilidade do impeachment ficaria comprometida. "Criaria uma situação muito ruim para o impeachment se ele tivesse sido afastado antes."
A presidente afastada declarou também que recorrerá ao STF caso o processo de afastamento definitivo seja aprovado pelo Senado Federal. A votação final está previsto para ocorrer após a realização das Olimpíadas, no final de agosto.
Ao se utilizar de um termo militar para se referir ao processo de impeachment -- "batalha" -- Dilma afirmou que o Supremo "será sempre um recurso de ultima instância" de sua defesa, mas que primeiro esperará a decisão do Senado a respeito de seu afastamento definitivo. A previsão é que os senadores tomem uma decisão no mês de agosto.
Ela voltou a declarar que a perícia feita a pedido da comissão do impeachment do Senado mostrou que ela não cometeu crime de responsabilidade, o que torna o processo de afastamento um "golpe": "A conclusão é que não se pode falar em crime de responsabilidade".
Plebiscito
Dilma afirmou também que endossará, caso volte à Presidência, uma proposta do Senado de realização de um plebiscito sobre novas eleições presidenciais. Ela diz que estuda, com aliados, a divulgação de uma carta de intenção ao povo brasileiro, caso volte ao cargo de presidente.
A presidente afastada classificou como "prudente e acertada" a decisão do ministro do STF Dias Tóffoli de revogar a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo. Ele volta a negar que tenha utilizado a caixa 2 em suas campanhas à Presidência.