Ela falou bastante sobre o marido e revelou a verdadeira causa de sua morte, em novembro do ano passado. Segundo a atriz, intérprete de Dona Florinda, Bolaños sofria de Parkinson em estágio avançado, o que acabou agravando a saúde do comediante.
"Ele tinha um Parkinson tardio que acelerou todos os seus problemas. Foi muito doloroso ver, dia após dia, meu marido se deteriorar e não poder fazer nada", revelou Florinda, em meio a lágrimas.
Ela também contou que o Chespirito sofria de transtorno de personalidade, o que piorou em seus últimos anos de vida: "Um homem tão bom, tolerante, decente, de repente havia se tornado violento comigo e me dizia coisas horríveis".
Roberto Gómez Bolaños morreu aos 85 anos em sua casa na cidade de Cancún, no México, após vários infartos. O artista sofria de problemas respiratórios e de locação, passando seus últimos anos mais recluso.
Florinda Meza revelou à TV Azteca, concorrente da emissora que exibe "Chaves", a Televisa, que sofreu demais por ver o marido naquele estado.
"Eu tinha muito medo, na verdade vivi em pânico. Não sei como aguentei. Um verdadeiro pânico nos últimos três anos. Alguém me disse: 'Que vai fazer com sua vida quando Roberto morrer?'. Estou aprendendo a viver de outra maneira. Estou sobrevivendo", disse.
Atualmente com 66 anos, a atriz relembra que tapava os ouvidos para não ouvir Bolaños falar sobre a morte e nem sobre escrever um testamento: "Não queria ouvir. Nós falávamos da morte, ríamos dela, quando estava muito distante, quando trabalhávamos. Mas quando sabe que a morte se aproximava, eu não queria falar disso, e ele dizia: 'Minha bonita, é lógico, tenho que morrer antes de você, sou 20 anos mais velho, é necessário'. Quando ele dizia que queria fazer um testamento, eu me sentia muito mal. 'Por que fazer um testamento se não vai morrer?'. Eu tapava os ouvidos igual ao Chaves, não queria ouvi-lo falar da morte".
Florinda finalizou a entrevista contando que Roberto Gómez Bolaños deixou todas as suas criações artísticas de herança para o filho Roberto Gómez Fernández.