A Ancine (Agência Nacional do Cinema) está exigindo dos produtores do longa-metragem um documento assinado por Silvio Santos em que o empresário e apresentador autorize o uso de sua "imagem e personalidade".
O problema é que Silvio Santos se recusa a assinar o documento.
"Sou muito amigo do Silvio Santos. Já tentei quatro vezes uma autorização por escrito. Ele nos autorizou a fazer o filme verbalmente, na frente de testemunhas, mas não assina no papel por superstição", diz Guga Oliveira, diretor do longa.
Era Uma Vez no Brasil se baseia no livro A Fantástica História de Silvio Santos, escrito por Arlindo Silva, que foi assessor de imprensa do dono do SBT.
O roteiro está pronto desde o ano passado. Em agosto último, Guga Oliveira conseguiu de um investidor a promessa de injeção de "R$ 6 milhões a R$ 7 milhões no projeto".
O investidor, no entanto, só aportará dinheiro no filme se puder utilizar leis de incentivo fiscal ao cinema. Por essas leis, o investidor pode recuperar todo o dinheiro gasto pagando menos Imposto de Renda. Quem financia o filme, na verdade, é o governo, que abre mão de parte dos impostos.
Mas, para poder usar recursos de incentivo fiscal, o filme precisa de aprovação da Ancine. Sem o aval de Silvio Santos, Era Uma Vez no Brasil não poderá utilizar recursos públicos, a não ser que seja modificado. O projeto está orçado em R$ 10,5 milhões.
"Vou ter que mexer no roteiro", admite Guga Oliveira.