A desconstrução é um procedimento básico para interpretar os vilões”, diz. “Este é meu melhor papel, a chance de mostrar meu trabalho. Flávio faz de tudo por Aline, se transforma por ela. Mas tem um lado bom que o público adora. Ele é pegador e bem humorado. As mulheres gostam de assistir as cenas entre ele e a Aline. A química é incrível”, afirma. Como não bastasse ser cúmplice de Aline e fingir ser um culto professor de literatura, Flávio também realiza “favores sexuais para ela”, trabalha com os bandidos Roni (Marcelo Góes) e Nabal (Alvise Camozzi) em um desmanche de carros, para pagar dívidas, e ainda vende drogas para o núcleo jovem da história. Ele, inclusive, vicia Camila (Rita Batata) e Dinho (Bruno Autran).
Ou seja: um presente para qualquer ator. E Ronaldo Oliva está aproveitando cada lance da trama desse pilatrande carteirinha.
Ronaldo começou sua carreira como modelo da agência Elite, aos 21 anos. “Nessa época, tive noções de câmera e interpretação em filmes publicitários e descobri minha vocação nos sets de filmagem. Minha grande estreia no teatro foi em Rapunzel, em 1996. Fui o Príncipe”, diverte-se. De 1997 até 2011, integrou a companhia Aves de Arribação, formada pelo ator Paschoal da Conceição, participando de espetáculos de sucesso como Espumas Flutuantes (baseado na obra de Castro Alves), O Noviço, de Martins Pena; e A Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente. No cinema, ele fez Por Onde Andará Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeida Prado, e não vê a hora de atuar em outro filme. Mas por enquanto está curtindo mesmo o sucesso do Flávio. Boa sorte, rapaz!