Mônica aproveita para falar de sua carreira, das mudanças de sua vida depois que começou a apresentar o programa, de seu papel em cada edição e do preconceito com a presença feminina no mundo automobilístico.
Quando você recebeu o convite para comandar o Vrum, você achou que pudesse haver preconceito por você ser mulher?
O preconceito apareceu não por ser uma mulher, mas por ser uma profissional que não tinha envolvimento com o universo dos automóveis. Trabalhei 10 anos na TV Globo como apresentadora de jornais e depois tive uma produtora de cinema e vídeo. A minha experiência era com o jornalismo diário, factual, e posteriormente com a publicidade. Na época da assinatura do contrato, deixei claro que o "automóvel", até aquele momento, era um meio de transporte e de prazer apenas. O meu editor chefe Boris Feldman disse que precisava de uma profissional conhecida que levasse o Vrum a um patamar nacional. Alguém que ajudasse com a mídia.
Como era sua relação com os automóveis antes do programa?
Sempre gostei de guiar. Prefiro os carros pequenos e com motores potentes. Tinha uma visão de consumidora. Sempre antenada com design, praticidade e a relação custo x beneficio. Não gosto de investir em carros que não tenham mercado na hora de passar pra frente.
Claro.... os homens adoram fazer piadas do tipo "ohhh dona Maria da licença" e " tinha que ser mulher"... O mais engraçado e que a maioria deles não sabe que a mulher se envolve menos em acidente, é mais responsável, cuidadosa e consciente. Tanto que o nosso seguro e mais barato.
Você acha que o programa ajudou a diminuir esta discriminação?
Sim, porque temos uma grande quantidade de telespectadores que reconhecem a igualdade, o fato de a mulher decidir o carro da família, de guiar com segurança. O bacana é que no Vrum mostramos profissões antes ocupadas só por homens e que hoje têm uma participação feminina: motorista de táxi, caminhoneira, piloto, motorista de ônibus. Gente que pega pesado sem perder o charme.
Nas ruas, as pessoas fazem muitas perguntas sobre carros para você?
Fazem sim. E eu sou honesta. Se não sei responder levo para a dupla Emílio e Boris. Afinal , eles são os experts.
E os amigos? Antes de comprar um carro, alguém já a consultou?
Várias vezes. Alguns amigos e outros só conhecidos. Na academia, no mercado, no banco, no salão, na escola das minhas filhas, enfim, em qualquer lugar tem gente que está na dúvida e aproveita para perguntar, questionar, comparar veículos com perfil semelhante. E tem a turma que nem sabe o que vai comprar e também tem dúvidas.
O que representa o Vrum para você?
O Vrum é um desafio. Foi quando aceitei o convite, há 4 anos, e continua até hoje. A indústria do automóvel não para. Temos lançamentos full time. Mudança de hábitos como o uso de fontes alternativas de combustível. Mudança de conceitos como os veículos urbanos compactos, fruto de uma nova forma de encarar o trânsito das grandes cidades. Portanto não posso dizer que o programa deixou de ser um desafio com o passar dos anos. O que mudou é que agora tenho mais informação.
Como é estar há 4 anos no comando deste programa?
Tenho orgulho do meu trabalho. Entrei para ficar um período curto e aí nos afinamos bem e estou desde a primeiro que foi ao ar em 09/03/2008. Fiz todas as edições, exceto a que foi gravada no dia do sepultamento do meu pai. Somos uma equipe afinada e eu, como apresentadora, naturalmente carrego a marca para onde vou. Ao longo do tempo, ganhei a confiança dos meus parceiros e hoje tenho um papel que vai muito além da apresentação. Fazemos juntos a seleção das pautas e discutimos a produção. Para edição de 4 anos, fiz uma matéria sobre a preferência das mulheres pelos SUVS. Farei outras sempre sob a ótica feminina. É minha seara. Pretendo continuar acelerando na tela do SBT todos os domingos, às 8h30 da manhã.
VRUM
Domingos, às 8h30