Os delitos atribuídos a Palladino são gestão fraudulenta; lavagem de dinheiro; induzir ou manter em erro sócios, investidores ou o órgão fiscalizador; maquiar balanços, manter ou movimentar recursos paralelamente à contabilidade do banco; e formação de quadrilha.
Esses crimes têm penas que, somadas, chegam a 41 anos de prisão. A lei também prevê pagamento de multa.
O inquérito da PF sobre as fraudes está em fase final. Nesta semana, devem ser concluídos os últimos depoimentos e indiciamentos.Palladino compareceu à PF ontem para prestar depoimento, mas permaneceu calado. Sua advogada, Maria Elizabeth Queijo, disse que ele somente falará a uma "autoridade imparcial, em juízo".
A advogada criticou a condução do caso pela PF. Segundo ela, Palladino não foi ouvido durante todo o inquérito. "Hoje, ele foi chamado para um indiciamento sobre o qual não tivemos sequer ciência dos fundamentos."
Ao deixar a PF, Palladino falou com os jornalistas e negou ter cometido os crimes. "Eu trabalhei por 22 anos no Grupo Silvio Santos. Foi um trabalho sério, honesto, sendo que 60% ou 70% do que aconteceu no grupo nos últimos anos teve minha participação: hotel, cosméticos, tudo que há de novo lá teve minha participação", disse.
"Minha atitude sempre foi ilibada e nunca houve nada que me desabonasse. Estou sendo vítima de um linchamento público", afirmou.
R$ 4,3 BILHÕES
Palladino também colocou em dúvida o rombo de R$ 4,3 bilhões descoberto no PanAmericano. "Deixa chegar a hora e, quando eu puder falar, vamos chamar vocês."
"Não estou fugindo, nunca fugi de ninguém. Queriam que eu entrasse [na PF] pela porta de trás, mas eu nunca na minha vida entrei ou saí pela porta de trás, em lugar nenhum. É por isso que entrei e saí hoje pela porta da frente", disse.
As investigações finais sobre as fraudes no PanAmericano levaram a Polícia Federal a apontar, além de Palladino, outros seis executivos como os autores dos crimes que provocaram o rombo.
Nesta semana, a PF deverá concluir os indiciamentos dos sete dirigentes.
Ainda não depuseram na PF, Luiz Sandoval, ex-presidente do Grupo Silvio Santos, Luiz Augusto Teixeira de Carvalho Bruno, ex-diretor jurídico, e Eduardo de Ávila Pinto Coelho, ex-diretor de tecnologia.
Os três deverão deixar o prédio da PF já oficialmente acusados.
Além de Palladino, já foram indiciados Wilson Roberto de Aro, ex-diretor financeiro, Adalberto Saviolli, ex-diretor de crédito e cobrança, e Marcos Augusto Monteiro, responsável pela cessão de carteiras de crédito. Na lista de suspeitos ainda está o mecânico Alexandre Toros, suposto "laranja" de Palladino.