24 de novembro de 2011

Assuntos polêmicos preencheram a noite do SBT

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O programa "Conexão Repórter", apresentado pelo jornalista Roberto Cabrini, trouxe, na noite de ontem, a segunda parte do documentário "No Rastro da Intolerância". Na seqüência, no "De Frente com Gabi", Marília Gabriela entrevistou Pedro Siqueira, o advogado carioca que conversa com Nossa Senhora.

Roberto Cabrini conseguiu reunir um dito 'grupo radical' que não tolera o homossexualidade. Ao argumentarem o porquê de tal postura, ouviu-se coisas irreproduzíveis. De uma 'amplitude de pensamento' que até nem é bom entrar em detalhes. O interessante é que a maioria estava com o rosto coberto. Talvez com receio de sofrer algum tipo de "intolerância"!

Para testar a quantas anda a 'tolerância' das pessoas em geral, a produção colocou uma câmera escondida em uma rua qualquer, bastante movimentada, e posicionou dois atores homens numa situação de uma "paquera explícita", digamos. Os olhares de repreensão surgiram imediatamente. Até que vieram as piadinhas e as ofensas mais declaradas. Ao se deslocarem para um ponto mais agitado, xingamentos e vaias mais agressivos vieram à tona. Quando os atores já começavam a se afastar, para evitar qualquer agressão física, foi-lhes arremessada uma enorme jaca na cabeça. Escaparam por pouco.

A seguir, foi a vez de um casal de mulheres. Duas atrizes fizeram a mesma cena. Os olhares de estranhamento demoraram a acontecer. Mesmo quando foram percebidas como um possível casal, as manifestações foram bastante brandas. Ou seja, mesmo o preconceito tem os seus diferentes matizes.

"Que gente curiosa para conhecer a vida alheia e que indolente para corrigir a sua!" (Confissões --Santo Agostinho).

Pedro Siqueira, 40, advogado da Procuradoria Regional da União (RJ), casado, filho de mãe psicóloga e pai também advogado. Ele tem o que considera ser um "dom do Espírito Santo". "Quando você percebeu que tinha esse dom?", pergunta Marília Gabriela, dando início ao "De Frente com Gabi" desta quarta-feira.


"Desde bem pequeno eu já sentia a presença do meu anjo da guarda... e ele falava comigo", responde Pedro com naturalidade. Mas foi só aos 22 anos de idade que ele assumiu publicamente a sua 'missão'. "E qual é a sua missão?", enfatiza Gabi.

"A minha missão é lembrar aos homens que Deus existe e que todos precisamos estreitar nossos laços de amizade com Ele", responde com a mesma serenidade o advogado. "O mundo anda muito materialista, muito consumista", completa.

"Você tem contato com os santos também?", insiste a jornalista. "Quando estive em Assis (Itália) e estava concentrado em oração, durante uma missa especial, senti a presença de São Francisco de Assis. Abri os olhos e era ele, ali, ajoelhado ao meu lado!".

"Quer dizer que você afirma que só é válida a Igreja Católica, já que vê e fala com os santos católicos - é isso?", coloca Marília Gabriela, meio que apertando o seu entrevistado contra a parede. Mas ele continua tranquilo e não se 'aperta'. "Não... eu nunca disse isso. Nossa Senhora mesmo diz que Ela é mãe da humanidade, não apenas dos católicos!", responde Pedro Siqueira com ar de intimidade com o assunto.

Segundo Siqueira, foi a pedido da própria Nossa Senhora que ele escreveu o livro "Senhora das Águas" (Prata Editora), no qual relata em terceira pessoa as suas experiências religiosas. Nas horas vagas, Pedro pratica artes marciais: "para relaxar a mente e pela disciplina". Se ganha dinheiro com o seu dom? "Não, isso é absolutamente proibido", declara o advogado. Ainda pequeno teria ouvido do seu 'anjo da guarda' que ele deveria ter uma profissão, da qual tiraria o seu sustento, e por outro lado, cuidar de realizar a sua missão espiritual.

"A Igreja aceita os teus dons?", questiona Marília Gabriela. "Alguns sim, outros não... mas eu sigo tranquilo", respondeu Pedro Siqueira. E parecia mesmo estar. Pelo menos na entrevista.

"Porque ninguém conhece o que se passa num homem, senão o seu espírito que nele reside". (Confissões --Santo Agostinho).

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