A audiência anda bem abaixo da esperada. Amor e Revolução costuma alcançar média geral próxima das reprises de novelas do próprio SBT, em torno de cinco pontos, metade dos dois dígitos sonhados. Mesmo diante de uma trama ágil, onde é raro encontrar um capítulo sem uma cena de ação. Conflitos românticos também não faltam à história, que agora conta com uma mocinha mais bem defendida pela carismática Graziella Schmitt. Os destaques femininos, aliás, são bem mais evidentes que os masculinos. Lúcia Veríssimo mostra na pele da guerrilheira Jandira que não deveria ficar afastada da televisão. E Patrícia De Sabrit, que teve uma aparição morna na fase inicial da novela, voltou mais convincente como a suposta irmã de Olívia, a misteriosa Violeta. Até o tom de voz diferencia uma composição da outra, deixando a quem assiste com dúvidas reais se a história da personagem não é mesmo verdadeira.
A impressão que se tem é a de que Amor e Revolução acabou sendo vítima das suas próprias aspirações. A ideia de falar de ditadura e tortura fica limitada diante do receio de pesar a mais ou a menos em cenas de violência - uma preocupação que ficou evidente já no lançamento da obra. Da mesma forma que exibir um beijo romântico entre duas mulheres serviu bem mais ao marketing da emissora do que para combater preconceitos. A única coisa que a novela conseguiu com a cena foi vetar qualquer nova manifestação de afeto entre pessoas do mesmo sexo no canal. Ou seja, inovaram com a transmissão de um beijo gay, mas retrocederam todos os passos ao se definir que a prática não pode ser repetida.