Segundo o autor Tiago Santiago, a cena já estava gravada desde a semana passada. "Foi um decisão soberana da direção e acatei. Resta esperar fazer alguma novela que eu tenha mais oportunidade", lamentou o autor.
A cena do beijo foi gravada por Jeová (Lui Mendes) e Chico (Carlos Artur Thiré).
Esta é, inclusive, a segunda vez que Lui perde a chance de interpretar um beijo gay na TV. Na novela "A Próxima Vítima" (Globo), em 1995, ele era Jefferson.
Na época, a relação do personagem com Sandro (André Gonçalves) causou polêmica, e o beijo entre o casal também foi vetado.
Em maio, após anunciar com alarde, o SBT exibiu o primeiro beijo gay da TV entre Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Gisele Tigre), em "Amor e Revolução". A audiência, no entanto, permaneceu nos cinco pontos. Cada ponto equivale a 58 mil domicílios na Grande SP.
O SBT, via assessoria, disse que a decisão de cortar a cena de um novo beijo foi baseada em uma pesquisa.
Segundo o canal, os dados apontaram "insatisfação do público, em geral, em relação às cenas de violência demasiada e beijo gay explícito, que incomodaram a maioria das famílias brasileiras".
Para Leandro Rodrigues, membro da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, o veto é um retrocesso. "Mais que um beijo gay seria um beijo entre um branco e um negro, uma dupla forma de questionar o preconceito", diz.