O entusiasmo de Carla com o novo trabalho não se deve apenas ao seu posto de protagonista. Após um ano longe da tevê tempo em que se dedicou à criação de seu primeiro filho , a atriz volta às novelas pondo fim a um período de 22 anos na Globo, única emissora onde havia trabalhado. A ida para o SBT, segundo ela, foi fruto de um conjunto de fatores. Entre eles, a chance de trabalhar mais uma vez com o diretor Del Rangel com quem fez Barriga De Aluguel em 1988 e de viver uma personagem que foi interpretada por Marília Pêra na primeira versão de Uma Rosa Com Amor, escrita por Vicente Sesso e exibida pela Globo em 1972. Tudo isso me deixou muito tentada. Ser protagonista pesou, mas não foi tudo. Acreditei artisticamente no projeto, afirma.
Carla garante que só chegar à primeira protagonista aos 41 anos em nenhum momento foi motivo de preocupação. Pelo contrário. A atriz diz só ver vantagens na hora de compor a personagem. Isso me traz maturidade e conhecimento para fazer esse papel com tranquilidade, pondera. Para ela, o mais difícil foi se acostumar a algo aparentemente mais simples: o visual desleixado de Serafina. Tudo porque, em função da baixa autoestima, a secretária não se preocupa com vaidades, ao contrário da atriz. Confesso que enfear foi um pouco chato. Levei um tempo para me adaptar ao despojamento dela, lembra.
Já o diálogo com a comédia, outra característica marcante da personagem, é algo que Carla diz encarar com naturalidade. E a segurança para trabalhar com o gênero veio de sua experiência em 2008 no seriado Faça Sua História, da Globo, em que viveu Adalgisa, mulher do taxista Oswaldir, papel de Vladimir Brichta. Brinquei muito com o humor esse ano e fiquei um pouco tarimbada na comédia. Por isso não foi tão difícil assimilar a Serafina, analisa a atriz, que afirma ainda não sentir saudade de interpretar personagens dramáticos. É muito bom permear a vida com humor. E eu adoro quando isso se estende ao meu trabalho, derrete-se ela, que há alguns anos já vinha participando de trabalhos mais voltados para a comédia na Globo, como nas novelas Pé na Jaca, Bang Bang e Kubanacan.
Confiante no sucesso de Uma Rosa Com Amor, que estreou com a expectativa de alcançar uma audiência de dois dígitos e hoje mantém uma média de seis pontos, Carla garante que sente o crescimento do retorno do público nas ruas. E não hesita em defender a novela. A trama traz uma mensagem positiva, não retrata só violência e falcatruas. Tenho recebido um retorno muito carinhoso das pessoas, assegura.
Instinto materno
Mesmo com toda a expectativa pelo retorno à tevê em Uma Rosa Com Amor, Carla Marins confessa que não tem planos de continuar trabalhando depois que a novela terminar, em julho deste ano. Tudo porque ela quer se dedicar ao filho, de um ano e seis meses de vida. Não tenho buscado nada para depois. Enquanto trabalho, perco um período precioso em que deixo de estar com ele, lamenta a atriz que, por conta da maternidade tardia, diz querer curtir os momentos com o filho de forma mais intensa.
Mas estrear uma novela no início do ano também não estava nos planos de Carla. A atriz conta que, mesmo estando com saudades de atuar, não imaginou que isso fosse acontecer tão cedo. Não pretendia voltar a trabalhar agora. Não fui tirada da Globo, e sim da maternidade, brinca, ao lembrar de quando aceitou o convite para ir para o SBT protagonizar Uma Rosa com Amor.
Uma Rosa com Amor, SBT, segunda a sábado, às 20h15
