Repórter do SBT passa um dia com o elenco de Chuck nos estúdios da Warner

Por Renata Pereira, do SBT em Los Angeles

Para os fãs dos seriados de TV, conhecer a Warner Bros, o estúdio que produz boa parte dos programas mais famosos da televisão atualmente, é como estar no paraíso. Em um único dia é possível visitar vários mundos diferentes: o de O Mentalista, onde o escritório do ‘California Bureau of Investigation’ toma conta da maior parte do set, o de Big Bang Theory, com o hall do prédio e o elevador que já presenciaram alguns dos momentos mais hilários da programação americana atual, isso sem falar nos filmes. E são vários em produção no momento. É lá também que acontecem as gravações de Chuck, o espião mais fofo da televisão.

Depois de passar por um labirinto de edifícios e até me esquecer de qual é o caminho de volta, chego ao local onde a comédia Chuck ganha vida. Aqui em Los Angeles é uma segunda-feira, início da tarde, mas o estúdio está vazio. Alguns funcionários da Warner Bros estão de plantão, mas nada dos atores nem da equipe técnica. E logo descubro que eles tinham terminado de gravar a terceira temporada há poucos dias, então, pra essa turma, aquela segunda-feira ensolarada da Califórnia significava férias.

Mas pouco a pouco os atores vão chegando. E quando se encontram, mais parecia que estavam entre amigos mesmo, assim como na TV, o que transformou a entrevista num bom bate-papo. Ao conhecer esse elenco, a intimidade e a amizade entre eles é tão contagiante que qualquer um começa a se sentir em casa. Como eles mesmos dizem, todo mundo já teve os seus dias de nerd.

Até a bela Sarah Lancaster (que interpreta a Ellie, irmã do Chuck): “Acho que todo mundo diz isso, mas eu era meio nerd... era muito introvertida”, confessou a atriz. “Uma vez, cresci 15 centímetros durante as férias, e voltei pro colégio me sentindo estranha”. Ryan McPartlin, que interpreta o marido dela na comédia e que se consagrou como o modelo de corpo escultural nas campanhas da Abercrombie e Fitch também mostrou que nem sempre foi exemplo de beleza: “Eu usava aqueles aparelhos tipo freio de burro quando ia pra escola, mas na minha cabeça aquilo era legal” (risos).

O personagem que dá nome à série, Chuck, é um cara comum, que trabalha numa loja de eletrônicos, e que de uma hora pra outra se transforma no principal espião do governo americano. A loja fictícia da TV é uma paródia de uma das maiores redes de eletrônicos da América do Norte - uma espécie de Fnac ou Ponto Frio daqui. E para o elenco, o mais engraçado é quando eles entram nessas lojas da vida real: “Os funcionários ficam chocados, porque sempre acham que nós vamos assumir o trabalho dali por diante”, brinca Vik Sahay.

Quem não faria feio é Brandon Routh, que se juntou ao grupo na terceira temporada para interpretar o agente Daniel Shaw. O ator, que em 2006 encarnou o Superman em “Superman: O Retorno”, confessou ter experiência no ramo: “Eu era um nerd de verdade enquanto estava na escola. Eu sabia tudo de computador, consertava computador e até trabalhei na Best Buy”, disse o ator, se referindo à loja que inspirou a “Buy More” da ficção.

Foto: Divulgação/WB

E a conversa seguia a todo vapor. Foi uma hora inteira de muitas piadas e brincadeiras, que sempre terminavam com a risada incomparável e indescritível de Zach Levi. Quem fez falta nesta festa foi Yvonne Strahovski (a agente Sarah Walker). Ela ficou doente exatamente neste dia, e não pôde se juntar ao grupo. Mas em meio a 10 homens (8 atores e 2 criadores), é claro que eles não deixariam o dia passar em branco sem falar nada sobre a atriz. “Ela sempre teve a maior dificuldade em falar ‘nerd’ sem o sotaque australiano”, entrega Zach (Yvonne foi criada em Sydney só se mudou para os EUA pra participar de Chuck).

Ao longo de 3 anos de exibição nos Estados Unidos, Chuck já passou por poucas e boas. Logo no início, em 2007/2008, a greve dos roteiristas fez com que a primeira temporada terminasse com somente 13 episódios em vez dos 22 tradicionais. Em seguida, quando tudo parecia ir bem, surgiu a suspeita de que a série seria cancelada. Os fãs começaram uma intensa campanha na Internet pra salvar o programa, o que deu certo. “Nós nos beneficiamos da fidelidade dos geeks. Quando eles gostam de algo, eles realmente amam! Quando vamos às conferências de fãs, somos tratados como heróis!”, diz Josh Schwartz, um dos criadores.

Agora, Chuck parece seguir firme e forte para a quarta temporada: “Vai ser selvagem”, começa Vik Sahay, todo animado. “Como assim? Pra você ou pra série?”, pergunto ao ator. E todo mundo tem um ataque de riso. “Para a série, claro!”, ele explica. “O que vem por aí vai ser superlegal pra todos os personagens”.

A equipe disse que adora receber comentários dos fãs, porque só assim eles podem saber se estão no caminho certo. Adam Baldwin, que interpreta o agente John Casey, foi quem tomou a iniciativa: “Gostaria muito de saber o que o seu público pensa do programa ou o que eles gostariam de ver. Seria ótimo ter uma perspectiva internacional”. O ator pediu aos fãs que enviem mensagens: “Seria ótimo se vocês pudessem nos contactar via Twitter. Nunca sabemos de onde uma boa idéia pode vir”.

E ele tem razão. Quem sabe no futuro Chuck vai parar no Brasil? Não faltam casos que renderiam uma boa comédia.